© LuÃs Filipe Catarino – Shanghai, China – 13 + 14/8/2010
Yan Fu-Gen tem 78 anos e adora lambada. Diz que sempre que dança este estilo brasileiro rejuvenesce 20 anos. Onde aprendeu a dançá-lo não revela, nem tão pouco se tem parceira ritmada que o acompanhe no movimento de ancas. Em vez disso, desvia a conversa para os dias em que trabalhou na Rússia como engenheiro e onde aprendeu a falar russo, alemão, inglês e, ainda, a dizer algumas palavras em português.
“Olá, como estás?”, questiona mal me ouve apresentar como portuguesa. Depois, mesmo antes da resposta, atira logo com um “obrigado” só para certificar que conhece mesmo português, “a lÃngua da lambada”, reforça.
Esta facilidade em encontrar um chinês que fala várias lÃnguas e conhece bem a geografia da Europa é privilégio só de alguns, mas mostra bem a diversidade que se vive em Shanghai. Chegámos a Shanghai na quinta-feira à noite e estamos agradavelmente impressionados com a cidade. Shanghai tem o calor e a humanidade que falta a Pequim, e uma herança europeia suficientemente forte para tornar a cidade arquitectónica e culturalmente interessante.
O nosso primeiro contacto com o contrastado pulsar de Shanghai foi a área da antiga Concessão Francesa. Cheia de bares, cafés e “petits patisseries”, esta zona da cidade preservou o ambiente deixado pelos seus antigos habitantes, no jeito único que os franceses têm para seduzir os demais. Mas agora, com a modernidade a exigir restauros consumistas e adaptações à nova China capitalista que está a nascer, foram convertidos em zonas comerciais – com lojas de design, pequenos restaurantes e boutiques com peças mais exclusivas – dois “shikumen”, bairros tÃpicos, com casas de dois andares, construÃdos no inÃcio do século passado para as classes mais pobres.
Depois há o Bund, a parte nobre da cidade, povoado por prédios clássicos e de “art deco”, que não se encolhem perante os concorrentes recém nascidos em Pudong, na dianteira da outra margem do rio. Estar no Bund e avistar a tela espacial de Pudong é impressionante, mas fazê-lo com a traseira cheia de prédios clássicos, plantados por uma Europa próspera e com o charme do inÃcio do Séc. XX, é uma oferta que só Shanghai pode dar. Em nenhuma outra das cinco cidades pelas quais já passámos fomos abraçados pelo ritmo que se vive aqui, nem tão pouco pela sensação de estarmos numa cidade mais real, mesmo com vistas futuristas e galácticas.
© Alexandra Ho
Hallo Catarino:
Que inveja! Parece ser uma cidade fantástica, coberta pelas suas idiossincrasias. Ocorre-me um pensamento; N.Y asiática.
Tens aqui umas belas pics (pois… já sei que tu sabes). Divirtam-se!
Nihao para ti Carla 🙂 Shanghai é uma surpresa, toca-nos muito mais a nós europeus, pelo que temos em comum, mas também por ser tão diferente daquilo a que estamos habituados. Quanto à comparação com NY… a grande maçã tem um charme diferente 🙂 Beijinhos.
Adorei estas fotos, a cidade deve ser mesmo linda … impressão minha ou estão para o bronzeado 🙂
Olá cunhada. Bronzeados? Não me parece. O sol é um bocado envergonhado por aqui, apesar da temperatura estar sempre muito alta. O pior mesmo é a humidade que nos faz suar as estopinhas. E o contraste com os ares condicionados é incrÃvel…
Então espero que tenham aproveitado para namorar bastante, casadinhos de fresco 😉 Quando voltam? Beijos da Madrinha.
Aproveitámos sim =) Shanghai é uma bela cidade e este ano ainda tem mais o atractivo da Expo. Fomos lá um dia e passei o tempo todo a contar ao LuÃs as nossas aventuras na de 98. Do you remember? 😉 Agora estamos em Sichuan, a provÃncia mais próxima do Tibete, e vamos tentar ir a Lhasa… Vamos ver se nos dão a autorização. Bjs e até ao final de Agosto =)
Ora aà está uma coisa que eu adoraria ver: os pombinhos a dançarem a lambada!
Ah, e não posso deixar de referir o quanto o meu querido editor está lindo sem a sua tÃpica pêra…
ESTOU CHEIO DE INVEJA DA VOSSA VIAGEM!!!!! Tenho a certeza que nunca mais serão os mesmos depois dessa formidável e inesquecÃvel experiência. Aproveitem o que resta e voltem em segurança!
Beijinhos para os dois!
Ferrer